Mulheres Indígenas em contexto urbano e a violência
Tema: “Mulheres Indígenas em contexto urbano e a violência”
A sociedade brasileira tem avançado nos últimos anos na questão do reconhecimento de direitos e do aumento da participação da mulher em todas as áreas da vida cotidiana. A mulher tem conquistado espaço em setores estratégicos no mundo contemporâneo e sua voz passou a ser ouvida na mídia. No entanto, a cultura arcaica, regada de preconceitos, disfarça a violência sutil, mesclada às situações diárias, sob os efeitos do combate às violências mais explícitas e truculentas, mantendo a violência contra a mulher nas comunidades indígenas urbanas e o descaso a essas mulheres consideradas à margem da sociedade.
Um mecanismo relevante de combate a descriminação de gênero é a Lei Maria da Penha que, como forma de ação afirmativa do Estado, utiliza-se de uma descriminação positiva para exigir um tratamento isonômico, para que em breve essa lei não seja mais necessária, corrigindo a distorção grave representada pela invisibilidade das mulheres. Casos em que essa lei é cumprida são exaltados na mídia, mas sua não efetividade é pouco exprimida e de ínfima relevância. Uma exceção é a iniciativa da advogada Ana Patrícia Nassar, que juntamente com a FUNAI, as comunidades indígena e a Promotoria do Ministério Publico começou a fazer efetiva pressão para que o Estado assuma a responsabilidade sobre a descriminação ativa no estado do Mato Grosso do Sul, pois em toda região as mulheres indígenas, vitimas de agressões, tem recusa no atendimento nas delegacias.
As comunidades indígenas em Campo Grande, localizadas em bairros de território municipal, concentram aproximadamente nove mil habitantes e não recebem tratamento igualitário e adequado. As mulheres indígenas veem-se forçadas por medo e dependência a sofrerem caladas. A cultura encarceradora, a impossibilidade de desvencilhamento, a falta de informação nas aldeias