Mulheres, democracia e representacao politica
Embora o termo globalização não possa ser considerado ainda um conceito preciso, correspondendo a uma realidade empírica inequivocamente descrita na literatura, há um relativo consenso entre os estudiosos das ciências sociais e econômicas de que o mesmo está associado às mudanças significativas que vêm ocorrendo nas relações políticas, econômicas, sociais e culturais do mundo contemporâneo.
Para Giddens (1991), a globalização poderia ser melhor conceituada se os sociólogos, em vez de darem uma importância indevida à idéia de sociedade, no que ela significa um sistema limitado, a substituíssem por um ponto de partida que se concentrasse em analisar como a vida social é ordenada através do tempo e do espaço – na problemática do distanciamento tempo-espaço. Assim, a estrutura conceitual do distanciamento tempo-espaço dirige nossa atenção às complexas relações entre envolvimentos locais e interação à distância. "O nível de distanciamento tempo-espaço na era moderna é muito maior do que em qualquer outro período precedente, e as relações entre formas sociais e eventos locais e distantes se tornam correspondentemente 'alongadas'. A globalização se refere essencialmente a este processo de alongamento, na medida em que as modalidades de conexão entre diferentes regiões ou contextos sociais se enredam através da superfície da Terra como um todo" (Giddens, 1991:69-70). Portanto, para esse autor, a globalização pode ser definida como a intensificação das relações sociais em escala mundial, ligando localidades distantes de tal maneira que acontecimentos locais são modelados por eventos ocorrendo a grandes distâncias e vice-versa.
Por seu turno, Santos (1997) distingue quatro constelações de relações sociais que designa de "espaços-tempo estruturais": o espaço-tempo doméstico, o espaço-tempo da produção, o espaço-tempo da cidadania e o espaço-tempo mundial. Segundo ele, a problematicidade do tempo presente não advém de nenhuma dessas constelações