Mulheres colina
O texto As mulheres da colina dos gritos, demonstra em um primeiro momento a organização da sociedade e dos estratos sociais na China. A maneira como se configurava o sistema e a hierarquização entre os sexos. A autora por ser uma jornalista inserida no contexto, demonstra através da sua própria ótica e ofício o desenrolar de uma história retratando mulheres que viviam uma vida extremamente incomum a sua, em um lugar isolado. Dessa forma ficam evidentes os aspectos sociais e políticos da obra. Há também a presença da própria sensibilidade da autora (Xinran) que demonstra empatia frente a situação em que se encontravam tais mulheres. Poder-se-ia dizer que esse sentimento deriva da não subjetividade privatizada, esta, descrita no livro Psicologia uma introdução como um sentimento de que parte das experiências humanas são intimas e inacessíveis. É justamente o que não ocorre com a autora em relação as mulheres da colina dos gritos, ela chega a relatar no texto que chora por aquelas mulheres. Esta experiência que tem a autora ao ir ao encontro de mulheres (condição esta em que se encontra também Xinran), imprime no texto o seu aspecto mais tocante. A subjetividade privatizada, que é um pensamento relativamente vigente na atualidade das sociedades mais modernas não aparece de maneira alguma na colina dos gritos. A ideia de tornar-se uma mulher independente, autônoma nem sequer permeia o pensamento daquelas mulheres. Por conseguinte a autora decide não relatar a elas a realidade do mundo em que vive (independente, autônomo), e este é justamente o ponto em que se estabelece uma ligação entre autora e mulheres, mesmo que a nível não impresso na obra.
Haja vista que aquelas mulheres não estavam sozinhas, uniam-se mesmo sem a percepção disso através de costumes, imprimindo a elas uma força se quer pensada pelas mesmas, onde se veem e são vistas da mesma forma (empatia), o que poderia