mulheres ciencia
Divulgando a visibilidade das mulheres na ciência
Communicating the visibility of women in science
Maria Conceição da Costa
Professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
Rua Júlio Leite de Barros, 170
13084-015 – Campinas – SP – Brasil dacosta@ige.unicamp.br E
Sartori, Eric.
Histoire des femmes scientifiques de l’Antiquité au XXe siècle.
Paris: Plon, 2006. 443p.
ntre as décadas de 1960 e 1970, não foram poucos os estudos que, problematizando a condição feminina, tinham em comum o intento de desnaturalizar e historicizar a subordinação da mulher nas sociedades ocidentais (Simião, 1999). A partir dos anos 80, o campo científico de estudos sobre mulheres se diversifica em estudos feministas, estudos sobre relações de gênero e estudos sobre mulheres e trabalho.1 Embora a vasta literatura mencione tal diversidade enfatizando a herança feminista da maior parte desses interesses, pode-se apontar o surgimento de pesquisas que se pautam sobre a noção da invisibilidade das mulheres na ciência, sobre a exclusão e apropriação de mulheres cientistas e, conseqüentemente, sobre um crescimento na construção de indicadores científicos (Lopes, 2002).
Além disso, realizam
investigações epistemológicas que levantam perguntas relativas às implicações do que se entende por empreendimento científico (incluindo aí a autoridade epistêmica e cognitiva atribuída aos cientistas) para as clivagens de gênero vigentes, sugerindo dúvidas quanto à possibilidade e às capacidades explicativas das ciências em relação à natureza; e estudos que focalizam os contextos sociais em que se estrutura o conhecimento científico, procurando identificar os vieses e as metáforas de gênero presentes no conteúdo do conhecimento produzido por diversas disciplinas, especialmente a Biologia. (Citeli, 2001)
As análises sobre gênero e ciência passam, portanto, a considerar não apenas os aspectos institucionais da