mulher tecela
A moça, no conto, é delicada, sensível, criativa, simples, não tem ganância, vive feliz em sua vida, dependendo afetivamente e socialmente só de si mesma. Ao fazer seu tempo e seu espaço, a moça traz, constrói, a necessidade de companhia, de um homem para crescer ao seu lado; ela trouxe alguém para a sua vida, um companheiro, talvez porque, a sociedade a impôs isso, a presença de um homem na vida de uma mulher, ela achou que realmente precisasse.
O homem, ambicioso, ganancioso, dominador e autoritário, entrou na vida da moça, com todos os seus desejos, não os mesmos da moça, mas, desejos materiais, não os de felicidade, mas de enriquecimento supérfluo. A moça moldou um homem para si, da maneira que viesse, usufruindo de suas qualidades e virtudes para seu bem próprio, sua satisfação pessoal. A moça, por algum tempo, submeteu-se aos caprichos do marido, fez para agradar, mas já não tinha vida, vivia para ele, perdeu sua identidade, sua autenticidade, simplicidade.
Percebeu, então, que o homem em nada havia acrescentado em sua vida, mas pelo contrario, deteve sua liberdade em se expressar, seus sonhos ele não valorizou, suas vontades ele fez como se não tivesse ouvido. A moça teve a autonomia de tomar sua vida para si, “desfez”o homem de sua vida, se impôs e voltou a sua antiga vida, onde era realmente feliz e realizada, sem a necessidade de um homem.
O homem, não a desejava, mas sim, tudo o que ela podia lhe proporcionar, lhe oferecer com seu mágico poder de tecer a vida, ele não admitiu a moça ter esse poder, não lhe cabe,