MULHER NEGRA: Lutas e desafios
Sonia Maria Mendes Queiroz do Vale1
Tania Maria Gomes da Silva2
FAMMA – Faculdade Metropolitana de Maringá
RESUMO
O presente artigo tem por objetivo analisar a trajetória e consolidação do Movimento de Mulheres Negras no cenário brasileiro, compreender de que forma se constituiu esse movimento, seus dilemas e qual lugar ocupa na hierarquia de gênero e raça, e suas reivindicações. Para tanto se faz necessário um resgate histórico no que diz respeito a movimentos sociais, a relação do Movimento de Mulheres Negras, e o surgimento do feminismo negro. Tendo como intuito compreender os processos responsáveis pela constituição da identidade coletiva do movimento e sua relação com o Estado brasileiro e quais impactos tem essa relação na obtenção de direitos sociais pelas Mulheres Negras.
Palavras-chave: Movimentos Sociais. Mulheres Negras. Direitos Sociais.
INTRODUÇÃO
Ao discorremos sobre movimentos sociais é importante ressaltar que para GOHN (1995, p. 44), movimentos sociais são ações coletivas de caráter sociopolítico, construídas por atores sociais pertencentes a diferentes classes e camadas sociais.
Ainda segundo GOHN (1995), os movimentos sociais politizam suas demandas e criam um campo político de força social na sociedade civil. Suas ações estruturam-se a partir de repertórios criados sobre temas e problemas em situações de: conflitos, litígios e disputas.
Para TOURAINE (1977; 1989) movimentos sociais podem ser definidos como ações coletivas associadas à luta por interesses, associados à organização social, a mudanças na esfera social e cultural.
Apesar de não haver uma definição única e universalizante de movimentos sociais, entende-se que representam o conjunto de ações coletivas dirigidas tanto à reivindicação de melhores condições de trabalho e vida, de caráter contestatório, quanto inspirado pela construção de uma nova sociabilidade humana, o que significa, em última análise, a transformação