Mudança ortográfica (Dino o sonhador peça para teatro)

Com a mudança ortográfica meu mundo desabou! Demorei tanto para aprender a escrever e agora mudou tudo? Não é justo!

Pensando assim, Ubaldino, o Dino, dormiu e em sonho foi parar em um mar de letras e símbolos e ficou assustado e encantado ao mesmo tempo. Sentado na areia, ele lembrava na aula anterior e foi juntando as letras, formando palavras, montando um quebra cabeça na areia: pré-história, anti-higiênico, sub-hepático, super-homem. Fácil! Ele exclamou.

E continuou falando sozinho. Então, letras iguais separam; letras diferentes se juntam! Vamos lá! Anti-inflamatório, supra-auricular, arqui-inimigo, sub-bibliotecário, superintendente, neoliberalismo, extraoficial, semicírculo. Admirou sua obra prima ali na areia e caminhou alguns metros, queria pensar.

O que fazer com o “R” e o “S”, cuja regra diz que se o prefixo terminar em vogal a consoante deve ser dobrada, pensando assim, foi selecionando as letras e escrevendo:

Suprarrenal, minissaia, contrarregra, ultrassonografia, antisséptico, megassaia. Entretanto, ele havia memorizado que se o prefixo terminar com consoante as palavras não se unem de jeito nenhum! É o caso de sub-reino, ab-rogar, sob-roda.

Coisa complicada! Ele pensou em voz alta, e agora? Quando dois “R” ou “S” se encontram vai prevalecer a regra geral: letras iguais separam. E escreveu: super-requintado, inter-resistente, super-realista. Essa foi até fácil, mas acredito que vou ter problemas diante dos prefixos: “ex, sota, soto, vice e vizo”, será?

E assim, num passe de mágica, as palavras foram se formando através de suas mãos habilidosas e sábias: ex-diretor, ex-hospedeira, sota-piloto, soto-mestre, vice-presidente, vizo-rei. Pronto! Mais uma etapa vencida, ele pensou. Dino sempre foi bom aluno, gosta de desafios e não desiste de suas lutas jamais, respeita os pais, a escola, os professores, amigos, e quer ser escritor, autor de livros e sempre argumenta que para escrever bem, antes de mais nada, é preciso ler muito e