Mudança de paradigmas
Como em outras profissões, a enfermagem tem sofrido influências em contextos variados na sua evolução, através de mudanças socioculturais, filosóficas, econômicas, políticas e tecnológicas. Estas influências se relacionam de forma dinâmica, constante e muitas vezes aparentam estar em oposição, outras harmonicamente juntas.
Ao identificarmos que estes aspectos estão em constante movimento e em transformação, poderíamos até confundir esta situação com crise, principalmente se considerarmos as situações aparentemente conflituosas que podem romper padrões conservadores da sociedade modificando e alterando a organização de setores micro e macro dominantes da sociedade.
Diferenciar o significado do movimento de uma sociedade, da existência de uma crise, depende do paradigma que utilizamos para configurar e identificar as realidades que nos cercam. Motivados por isto, passamos a refletir como determinados valores passam a ser dominantes e aceitos como verdadeiros pela comunidade de enfermagem. Ações que envolvem práticas profissionais que interferem no cotidiano do trabalho e das suas vidas podem ter origem em uma abundância de ações individuais e coletivas dos profissionais.
A enfermagem, para abandonar a fase pré-paradigmática, na qual são apenas identificadas padronizações, deve estabelecer com clareza quais fenômenos deve estudar e como, desenvolver teorias, estudar técnicas e instrumentos de aplicação das teorias, enfim, um saber se torna ciência quando adquire um paradigma iniciando-se assim uma fase de ciência normal.
Percebe-se que a forma de pensar e agir destes profissionais necessita de mudanças e eles estão fazendo isso. A prática profissional não é somente cuidar, administrar, realizar procedimentos, mas sim que dentro do contexto do cuidar ele precisa estudar, refletir sobre os seus problemas, e criar metodologicamente alternativas que atendam às necessidades dos pacientes, da profissão e dos profissionais de forma geral, traçando