mudança da filosofia da ciencia
O desenvolvimento da concepção do pensamento científico teve seu início na Grécia Antiga, entre os séculos VIII a VI a.C., quando os gregos reconheceram que a razão, a alma racional, podia ser usada como instrumento de conhecimento do mundo e das coisas. Tal fato é denominado por Vasconcellos (2003, p. 53) como “a descoberta do logos”. Esse salto do mito para o logos aconteceu com os pré-socráticos, mais de quatro mil anos depois do aparecimento das primeiras civilizações. Era o início da filosofia da natureza, que considerava as criaturas terrestres dotadas de vida e inteligência e representantes de uma organização poderosa de vitalidade e racionalidade.
Os gregos encontraram uma ordem implícita na natureza. Vasconcellos cita o grego Thales (624-562 a.C.) como o responsável pelo primeiro rompimento com o mito como forma de conhecimento humano e introdutor da filosofia da natureza. Ainda considerando o pensamento grego, foi Sócrates (469-399 a.C.) quem introduziu o argumento e a demonstração como formas de justificar proposições e afirmações. Em seguida, tanto Platão (427-347 a.C.) quanto Aristóteles (348-322 a.C.) enfatizaram a necessidade de instalar um conhecimento verdadeiro mediado pela racionalidade, ou seja, um conhecimento discursivo e demonstrativo.
A razão foi substituída por outra forma de racionalidade, a lógica. Segundo Vasconcellos (2003, p. 56), “... a racionalidade lógica teve seu padrão fixado por Aristóteles, foi posteriormente desenvolvida pelos pós-aristotélicos e pelos escolásticos medievais e vem prevalecendo por mais de dois mil anos, tanto na ciência, quanto na filosofia.” A separação entre a ciência e a filosofia ocorreu a partir do século XVII d.C., com a Idade Moderna. A idéia de natureza aceita pela ciência medieval começou a sofrer mudanças radicais, resultando em um novo pensamento científico, que era uma antítese da visão grega, pois negava que o