Mucosite oral
Mucosite oral: efeito adverso da terapia antineoplásica
Anna Clara Fontes Vieira 1 Fernanda Ferreira Lopes 2
Resumo Os efeitos colaterais da radioterapia e da quimioterapia têm impacto determinante na qualidade de vida do paciente. Entre as complicações orais decorrentes da terapia antineoplásica, a mucosite destaca-se como o efeito agudo de maior freqüência e o maior fator dose-limitante para a radioterapia na região de cabeça e pescoço. Apesar do enorme arsenal disponível, a terapêutica no tratamento da mucosite tem se mostrado com características de suporte e paliativa, aliviando sintomas e evitando complicações outras, como desidratação, caquexia e infecções. Este trabalho tem como objetivo fazer uma revisão de literatura sobre a mucosite oral, com o intuito divulgar informações sobre os aspectos clínicos e terapêuticos dos tratamentos de que a odontologia dispõe no manejo dos pacientes, durante e após a terapia antineoplásica. Palavras-chave: radioterapia, quimioterapia - efeitos adversos, doenças da boca - mucosite oral.
INTRODUÇÃO No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer estimou, para o ano de 2006, a ocorrência de 472.050 casos novos de câncer, 234.570 para o sexo masculino e 237.480 para sexo feminino. Na cavidade oral, são estimados 13.470 novos casos (INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, 2005). Como principais e mais eficazes métodos de tratamento dos tumores de cabeça e pescoço, a quimioterapia e a imunoterapia têm importância como terapias adjuvantes. Embora seja incontestável a sua eficácia no tratamento do câncer, de acordo com Almeida e colaboradores (2004), seus efeitos colaterais têm impacto determinante na qualidade de vida do paciente. A radioterapia, como tratamento para pacientes vítimas de tumores malignos de cabeça e pescoço, exibe complicações orais importantes, que incluem a mucosite, a xerostomia, as cáries, a perda do paladar, as infecções secundárias, osteorradionecrose e trismo. Entre as complicações orais decorrentes da terapia