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Ouvi essa pérola há alguns anos, de um amigo com quem tive um rolinho. A princípio, fiquei passada com a grosseria. “Ué... mas grosseria porque? Se você quer, porque dizer que não quer? Só porque é mulher? Quando me diz que não quer, eu respeito, acredito, aceito. Por que eu deveria insistir em te convencer do contrário? Só porque eu sou homem? Não gosto dessa ideia, desculpa.”.Passei dias pensando sobre o assunto. De fato, ele tinha razão, o cudocismo é uma merda! Complica as coisas e alimenta uma dinâmica perigosíssima de relacionamento. Nos relacionamentos héteros – coisa na qual não sou phd - nem se fala. Dá margem ao machismo em vários graus de implicação. Para esse meu colorido amigo, meu 'não' era nãoeponto. Muito mais do que eu, ele respeitava a minha vontade.
O que há de charmoso em negar as próprias vontades? Qual a utilidade de se fazer de difícil? Enfiam na cabeça das meninas uma série de regrinhas abomináveis. A principal delas : nada de dar no primeiro encontro. Aos homens, ensinam que o segredo está em insistir, porque “é isso que elas estão esperando deles”. Em filmes e novelas, esse modelinho ridículo é amplamente reproduzido nas cenas “românticas”. A moça se esquiva, mas na verdade ela quer - e nós,espectadores sabemos disso. O Rapaz força o beijo, insiste, puxa, prende – no sofá de casa, dona maria e seu josé vibram sabendo que o galã conseguirá vencer o charminho da donzela, torcem pela felicidade geral. Até que finalmente a bela donzela desiste de resistir e cede à paixão, ao tesão encruado. Aí vai, esse romantismo tosco povoando as cabecinhas, meninos e meninas crescem formulando suas fantasias e narrativas particulares repletas de machismo, encantos duvidosíssimos, e estabelecendo papeis engessadinhos, limitando a própria sexualidade num eterno culto ao cudocismo.
Reparemos na estupidez dessa construção : a mulher não deve deixar claro o que deseja, enquanto ao homem cabe conseguir a