MST
Para explicitar as ideologias do Movimento, buscou-se subsídios em BOGO (2002).
Assim, o conjunto de crenças, valores e ideias que fundamentam as reivindicações do MST pode ser definido pelo que o Movimento chama de mística. A mística é uma espécie de “preparação para a transformação” e acontece antes de cada estudo, de cada reflexão nos setores, de cada formação dos integrantes do Movimento. É um momento de prestar homenagens e reavivar a memória dos que deram a vida pela causa do Movimento, de sonhar com a terra e com a sociedade almejada. É um conjunto de práticas, sentimentos, motivações. Por vezes, bastante subjetivos. Os objetivos maiores do MST são a reforma agrária e a implantação da sociedade socialista e igualitária e, com o intuito de atingi-los, o Movimento desenvolve a mística, para
“materializar” e motivar o militante para a “luta”, até a conquista da terra e da sociedade almejada. Dentro do Movimento, a mística está presente em tudo. Existe a cultura e a mística da luta e também a cultura do não lutar e submeter-se, aguardar. Desta última, derivam a política de interesses - os oportunistas - e a alienação, que nada mais é do que um modo de submeter-se e refugar a transformação. Para o MST, o sistema capitalista, através das organizações políticas e sociais, é mestre em alienar as massas sob o pretexto de aprofundar a democracia.
Um revolucionário é conhecido por sua consciência social e por saber qual é sua função social. Para ele, viver é mais que respirar cadencialmente: é um dever social. A causa é a razão pela qual os integrantes do MST vivem e lutam: quem não tem causa, não tem sentido para se organizar e aceita a dominação sem reclamar.
As pessoas, hoje, estão se tornando “seres privatizados”: estão cada vez menos solidárias, menos interessadas nas causas coletivas e menos mobilizadas para as questões maiores. Não se preparam mais para conviver, mas sim para competir e “tomar” espaços uns dos outros. Há os que
se