MST e reforma agrária
Nos últimos 30 anos, intensificaram-se os movimentos de acesso e ocupação da terra, os quais se tornaram a principal forma de admissão à mesma. Tal fato resultou na criação de milhares de assentamentos rurais por todo o Brasil, o que cria a problemática da ocupação da terra no atual sistema. Neste contexto, surge a questão da Reforma Agrária, haja vista o grande número de latifúndios que eram característica do Brasil Colônia e que com o início da República começam a ser questionados de um modo crescente que acabou por culminar no período atual, já deflagrados uma série de movimentos ao longo da história do país.
Nessas últimas décadas, no crescimento desse processo, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), desde sua gênese, representa a principal forma de sintetização dessa forma de luta, organizando-se em vinte e duas unidades da federação e construíram uma estrutura organizativa multidimensionada em suas instâncias representativas e nas formas de organização de suas atividades. Não obstante, transformaram a luta pela terra ampliando-a em luta por outros direitos, tais como educação, política agrícola, saúde, etc., construindo condições para conquistá-los. Dessa forma, os trabalhadores rurais querem ainda:
"[...] mais que reforma agrária encabrestada pelos agentes de mediação. Querem uma reforma social para as novas gerações, uma reforma que reconheça a ampliação histórica de suas necessidades sociais, que os reconheça não apenas como trabalhadores, mas como pessoas com direito à contrapartida de seu trabalho, aos frutos do trabalho. Querem, portanto, mudanças sociais que os reconheçam como membros integrantes da sociedade. Anunciam, em suma, que seus problemas são problemas da sociedade inteira. Que a derrota política de seus agentes de mediação não os suprime historicamente. A falta de reforma agrária não acaba com o camponês, com o pequeno agricultor, com o trabalhador rural. Ao contrário, multiplica as responsabilidades