MST Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
Para o Movimento, “mística” representa um ato cultural, em que as lutas e esperanças dos Sem Terra são apresentadas. A mística também é uma forma de animar os militantes, que muitas vezes podem estar desgastados com a repressão, despejos, ou a paralisação da Reforma Agrária.
Ela resgata o propósito da luta pela terra, assim como o legado dos que já se foram. Fé, esperança, dor e ânimo político podem estar presentes num único símbolo. A bandeira do Movimento, as músicas e o hino são os principais símbolos da mística do MST.
Nossos Símbolos
Desde suas primeiras ocupações, os Sem Terra vêm criando diversos símbolos de representação de sua luta. Circunstanciais, como a cruz da Encruzilhada Natalino, ou permanentes, como a bandeira e o hino do MST, eles são, sobretudo, signos da unidade em torno de um ideal e constituem a mística do Movimento.
A História da luta pela terra
O Brasil é um dos países com maior concentração de terras do mundo. Em nosso território, estão os maiores latifúndios. Concentração e improdutividade possuem raízes históricas, que remontam ao início da ocupação portuguesa neste território no século 16. Combinada com a monocultura para exportação e a escravidão, a forma de ocupação de nossas terras pelos portugueses estabeleceu as raízes da desigualdade social que atinge o Brasil até os dias de hoje.
Lei de Terras
Em 1850, mesmo ano da abolição do tráfico de escravos, o Império decretou a lei conhecida como Lei de Terras, que consolidou a perversa concentração fundiária. É nela que se encontra a origem de uma prática trivial do latifúndio brasileiro: a grilagem de terras – ou a apropriação de terras devolutas através de documentação forjada – que regulamentou e consolidou o modelo da grande propriedade rural e formalizou as bases para a desigualdade social e