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Resenha: A Emergência e o Campo da Teoria Organizacional
Francisco Ivanhoel Aguiar de Carvalho
O estudo da administração, enquanto ciência, perpassa pela investigação histórica de períodos que representaram rupturas de conceitos pré-estabelecidos e de um novo “pensar”, principalmente no âmbito dos estudos organizacionais. Em termos de organização, como conhecemos hoje, com toda a estrutura, seja física e intelectual, leva-nos a repensar o modo de trabalho e a forma encontrada pelo modelo capitalista para aumentar o acúmulo de capital, mesmo que se utilizando do modelo fabril, que teve impulso importante na sua implantação motivado pela necessidade de fiscalização e adoção de critérios disciplinares. Em linhas específicas, cabe ressaltar que o processo de industrialização, tem papel primordial para que a ciência administrativa pudesse se estabelecer, assim como o entendimento do modo de produção artesão e, conseqüentemente, o ambiente promovido pelas fábricas, onde se pode constatar e analisar a cadeia de produção e alienação do trabalho operário.
Conforme KIL H. PARK (1999), embora a forma de administrar seja uma prática existente desde as civilizações mais antigas, o seu estudo enquanto ciência e sua consolidação são bem recentes. Cabe aqui, neste momento, analisar como se deu a ascensão do capitalismo e este fato nos leva à Revolução Industrial. Este período trouxe significativas modificações no ambiente social e econômico não só na Grã-Bretanha, França e Alemanha, mas também em toda Europa e na América do Norte. Para LANDES (1994) o cerne da revolução industrial foi uma sucessão de mudanças tecnológicas, quais sejam (i) a substituição de habilidades humanas por dispositivos mecanizados, (ii) a utilização da energia a vapor em detrimento da força humana e animal e (iii) melhora no processo de extração e transformação da matéria-prima. No entanto, em se tratando da substituição do trabalho do homem pelas máquinas, é pertinente