Mpa
(percepção religiosa); o camponês associaria à lua cheia da noite anterior e iria semear grãos na certeza de que teria boa colheita (percepção vulgar ou empírica); a jovem urbana, ao verificar a ausência de nuvens escuras no céu, programaria ir à praia, a fim de bronzear-se para impressionar o rapaz de quem deseja ser namorada (percepção ideológica); o filósofo refletiria sobre o sentido da existência, os ciclos da vida, as mudanças naturais e sociais (percepção filosófica); o astrônomo, auxiliadode um potente telescópio e um computador de última geração, calcularia a distância média do afastamento da terra em relação ao sol no seu movimento de rotação (percepção científica). Depreende-se, portanto, que a realidade é o que é, independentemente do que pensamos dela, mas a nossa compreensão a torna multifacetada.
O conhecimento é a expressão do real, mas não sua cópia. Muitas vezes imaginamos que conhecemos a realidade e, no entanto, estamos enganados. É importante ter claro que a realidade não se dá a conhecer imediata e facilmente. Ela tem subterfúgios e manifesta suas aparências, mas não sua essência. Quanto mais nos desvencilhamos de nossas subjetidades (sentimentos, emoções, paixões, opiniões), mais a realidade se revela. O essencial não se dá a conhecer à primeira vista. As aparências ocultam a verdadeira essência da realidade. Por isso, é preciso ser crítico em relação aos dados.
Em primeiro lugar, é necessário admitir que não podemos acreditar imediatamente naquilo que se manifesta aos nossos sentidos. Embora a