Movimentos Sociais e Redes de Relacionamento: vestibular para um novo mundo?
Prof. Eduardo Ubirajara
No seu livro A divisão social do trabalho, Durkheim mostra uma concepção de sociedade em que a vida social é um fenômeno essencialmente moral. Para ele, sempre que há sociedade há altruísmo e, portanto, vida moral.
Nossa conduta propriamente social não se orienta apenas para a satisfação de nossos interesses e não faz dos outros um meio para a obtenção de nossos fins. Isso não quer dizer que inexistam conflitos na sociedade, mas que a fonte deles é o mundo inerentemente desregulado dos interesses econômicos, mundo que a sociedade, em condições normais, tende a regular. (DURKHEIM apud MASELLA, 2013, p. 1).
Como a vida social exige sacrifícios, renúncias de todos e, ainda que se pertença a um grupo de prestígio e de uma autoridade significativa, há necessidade de que as pessoas desempenhem os deveres, motivados pelo sentimento de obrigação, pelo senso do dever e não pelo temor às sanções, assim pensava o autor do método sociológico.
Assim, os estudiosos da Sociologia e da Política refletem sobre os últimos fatos sociais, no mundo e em nosso país, diante das novas formas de sentir, pensar e de agir dos atores envolvidos.
Mas para não fazer um comentário muito longo sobre os movimentos sociais atuais, com o auxílio das redes sociais, e sob uma ótica sociológica, onde os processos sociais, em particular o conflito nas relações humanas, refluem com uma intensidade significativa, toma-se a liberdade de analisar alguns excertos de textos importantes sobre este momento sociopolítico brasileiro.
Sabe-se que os movimentos sociais são representações expressivas da sociedade. O que não significa, necessariamente, que eles representem, sempre, todos os segmentos da sociedade. E mesmo sendo fruto de contextos sociais e históricos, os movimentos sociais passam por várias definições e conceitos, envolvendo práticas de construção de interesses em diversas áreas do