movimentos sociais e culturais
Publicado em junho 19, 2013 por Andrea Paula
“Para aqueles que fazem uma análise mais tradicional do que são as ações desses movimentos sociais e culturais, esses sujeitos não estão se manifestando ou resistindo, nem sequer pertencem ao que gostam de classificar como movimentos sociais, remontando a conceituações bastante limitadas. Para esses analistas, esses sujeitos estão apenas criando “espetáculos”, se exibindo num sentido depreciativo em que a chamada “espetacularização” da vida política nos movimentos sociais e culturais é vista como negativa, como um conjunto de ações fragmentadas e despropositadas, que não passam de um “carnaval” inconsequente, sem objetivos e ações efetivas quanto à desestabilização e tomada poder político e institucional existente e vigente.
Entretanto, perguntamos: ainda é viável e aceitável generalizar a afirmação conservadora de que o carnaval, os processos de carnavalização e suas expressões performáticas são pouco importantes para a compreensão da vida social e cultural dos povos? Ainda é possível negar que, mesmo se seus sujeitos a denominarem de “carnaval”, de “espetáculo”, de “exibição”, de “manifesto” (ou do que quiserem chamar!), estas expressões relacionam-se também historicamente a muitas perspectivas e práticas de transformação, contestação e integração social, cultural e política? Há bastante tempo, por exemplo, muitos pesquisadores de áreas tradicionais do conhecimento, como a História, a Antropologia, as Artes, analisam o carnaval sob outras óticas (BAKTHIN, 2008; MEIHY, 1986; DAMATTA, 1997), críticas dos conservadorismos de certos olhares preconceituosos, que não se enxergam como tais, ao contrário, se definem também como críticos, rebeldes e revolucionários. Além disso, qualquer noção de espetáculo ou de espetacularização como pura e simples exibição inconsequente ignora um vasto universo teórico e prático inter e transdisciplinar, desde os Estudos de Performance, os