movimentos sociais no Brasil e violência: Discussões e Perspectivas
Movimentos Sociais no Brasil e Violência: Discussões e perspectivas
Analisar a gênese dos movimentos sociais ocorridos recentemente no Brasil impende uma gama de contextualizações e de vertentes que precisam ser analisadas, principalmente quando se tem em mente a realidade dinâmica dos movimentos sociais, pautados por uma complexidade de acontecimentos e por uma diversidade de representações. Assistir ao espetáculo do despertar de uma população para a reivindicação de uma série de questões que estavam adormecidas nas pautas do Legislativo, do Executivo e do Judiciário é, decerto, uma experiência indescritível. Entretanto, um fator não pode passar despercebido: a violência que parece vir de braços dados com as manifestações e, por conseguinte, ofusca, muitas vezes, o brilho do grito e da luta daqueles que estão na rua clamando por um país mais igualitário.
PALAVRAS-CHAVE: Movimentos sociais, sociedade civil, cidadania, violência.
INTRODUÇÃO
Recentemente, observou-se a deflagração de uma série de movimentos reivindicatórios no Brasil, os quais tiveram como principal mote a questão pertinente ao aumento das passagens dos transportes públicos. Como reação em cadeia, outras insatisfações, angústias, gritos adormecidos foram à praça pública clamar mudanças institucionais urgentes. Historicamente, o povo brasileiro é concebido como pacífico e conformista e, certamente, a população reunida em um só grito nas ruas, nas redes sociais, em todas as formas de imprensa, causou certo estranhamento por parte das autoridades públicas. Não à toa, tanto se falou que “o gigante acordou”.
É importante, em um primeiro momento, compreender o significado de movimentos sociais, a partir da contextualização com o cenário sociopolítico vivenciado, tendo em vista que os movimentos sociais devem ser compreendidos, exatamente, a partir das ações coletivas que buscam, de forma organizada, que suas demandas sejam ouvidas e, assim,