movimento
O Movimento Armorial e suas fases
A Música Armorial teve início na década de 70 a partir do Movimento Armorial.
Seu fundador, o escritor e dramaturgo Ariano Suassuna, fez a seguinte declaração na época:
"O Movimento Armorial pretende realizar uma Arte brasileira erudita a partir das raízes populares da nossa Cultura.”1 E durante esses 29 anos, é o que tem sido feito por artistas armoriais. O período do seu lançamento é marcado pelo início da “industrialização” da comunicação no Brasil, pela repressão política imposta pelo regime militar e também pelo surgimento de um outro movimento cultural: o Tropicalismo, de idéias diferentes do
Movimento Armorial.
Tanto a proposta do Movimento Armorial quanto a da Música ligada a ele buscavam, e buscam até hoje, a criação de uma arte erudita valorizando as raízes culturais brasileiras, indo de encontro à Indústria Cultural, que exige produção em série das culturas em geral. Alfredo Bosi reforça esse pensamento de que os objetos criados pela cultura de massa duram só enquanto 'satisfazem' um maior público, ao fazer a seguinte afirmação:
As representações devem durar pouco, ou só enquanto o público der mostras de consumi-Ias com agrado. Cumprida a fase da digestão amena, torna-se imperiosa a substituição dos signos e das séries. O sempre novo [embora não sempre o original, dadas às limitações fatais do produtor] comanda essa caricatura de eterna vanguarda que não hesita, porém, em valer-se de velhos clichês ou de periódicos revivals maIo assunto míngua ou morre.2
O ritmo industrial imposto por essa cultura de consumo tenta colocar tudo e todos em um tempo cultural acelerado, como se isso fosse possível quando há um compromisso do artista em criar arte com no real sentido da palavra. Alfredo Bosi confirma isso quando diz que "[...] nem a cultura popular tradicional, nem a cultura erudita moderna constroem-se a partir de um regime de produção em série com linhas de montagem e horários