Movimento LGBT
A relação do movimento homossexual nas décadas de 70 e 80 com a esquerda e as lutas sociais é inegável, e esta é uma importante lição para o movimento LGBT de hoje. É importante lembrar, contudo, que a maioria da esquerda nem sempre foi tão receptiva com gays e lésbicas.
No decorrer do processo de democratização nos países latino-americanos e conforme o movimento gay e lésbico foi ganhando espaço, essas posições foram se abrandando na forma. Porém, não foram completamente extintas.
No decorrer dos anos 80 e 90, impulsionado por uma série de fatores – inclusive a reação aos ataques e ao aumento do preconceito decorrentes do surgimento da epidemia da AIDS – o movimento LGBT seguiu crescendo e se afirmando, ainda que cada vez mais distante da esquerda. Contudo, esse crescimento foi fortemente influenciado pelo vendaval oportunista dos anos 90, que abalou as organizações marxistas e lançou descrédito sobre o projeto do socialismo. Desse modo, cresceu também sua despolitização e seu isolamento das demais lutas sociais. Por fim, a questão homossexual, que tanto havia avançado, passou a ser incorporada pelo mercado através das ONGs e de toda uma indústria que surgiu ao seu redor.
Hoje, é possível dizer que as milionárias paradas do orgulho gay em quase nada questionam a ordem dominante e sua moral. Da mesma forma, para a maioria, a atuação militante tem se reduzido ao dia das paradas e a atuação cotidiana, tem se limitado aos poucos “funcionários de causas sociais” empregados pelas ONGs, descomprometidas com uma política consequente e perfeitamente encaixadas no esquema neoliberal. A proposta é abrir espaço para que os ativistas