Movimento feminista
Feminismo
O movimento feminista organizado surgiu nos EUA, na segunda metade dos anos 60. Logo, expandiu-se pelos países do Ocidente, propugnando a libertação da mulher, e não apenas a emancipação. Qual a diferença? Emancipar-se é equiparar-se ao homem em direitos jurídicos, políticos e econômicos. Corresponde à busca de igualdade. Libertar-se é querer ir mais adiante, marcar a diferença, realçar as condições que regem a alteridade nas relações de gênero, de modo a afirmar a mulher como indivíduo autônomo, independente, dotado de plenitude humana e tão sujeito frente ao homem quanto o homem frente à mulher.
É este o objetivo numa sociedade que ainda mantém a mulher como uma pessoa oprimida, estrutural e superestruturalmente. Não se rompe esse cativeiro apenas com mudanças jurídicas na sociedade neoliberal. Nem com a isonomia econômica do socialismo, como queriam Marx, Engels, Bebel e Clara Zetkin.
Bebel escreveu, em 1889, "O socialismo e a mulher", no qual concordava com a tese de Engels de que a sociedade retrocedera de um período mítico, matriarcal e feliz, para um período patriarcal, fundado na propriedade privada. Julgou, portanto, que a abolição da propriedade privada significaria a libertação da mulher no que se equivocou.
Não é por acaso que a maior organização de massa de Cuba é a Federação de Mulheres, com 3 milhões de filiadas, numa população de 11 milhões de habitantes. O socialismo no Leste europeu comprovou que não se liberta a mulher abolindo a propriedade privada e introduzindo-a no processo produtivo. É preciso mudar também a superestrutura cultural e psicológica da sociedade e, sobretudo, reinventar formas de produção e de exercício de poder que tenham as mulheres como sujeito. Enquanto o masculino for o paradigma do feminino, este ideal não será alcançado, a menos que as mulheres descubram que elas próprias são o paradigma de si mesmas.
Reação histórica
No Renascimento ouviam-se os ecos medievalistas que