Movimento cartista
Cartismo foi o movimento político reformista de trabalhadores britânicos que ocorreu entre 1836 e 1850 e cujo programa estava contido na Carta do Povo, redigida por William Lovett. Reivindicava sufrágio universal, direitos eleitorais homogêneos, voto secreto, eleição parlamentar anual, elegibilidade dos não-proprietários e subsídios para os deputados.
O desencanto com a reforma eleitoral de 1832, agravado pela aprovação da nova "lei dos pobres", em 1834, transformou-se, a partir de 1836, em verdadeira revolução. O movimento dividiu-se em duas tendências: a do cartismo da força moral (reformas progressivas pela propaganda e educação) e a do cartismo da força física (reformas radicais por métodos violentos). A primeira tinha por líderes Francis Place e William Lovett, em Londres, onde foi fundada, em 1836, a primeira Associação dos Trabalhadores, que preconizava comícios e petições para agir sobre as classes dominantes pela persuasão. A segunda era encabeçada por dois irlandeses, James O'Brien e Feargus O'Connor, sendo típica das regiões mais pobres da Inglaterra, o norte e o oeste.
A primeira petição cartista, para que se transformasse em lei a Carta do Povo, foi aprovada pelo movimento de 1838. Como demorasse a ser aprovada pelo Parlamento, os partidários da ação violenta, não confiando no apoio dos moderados de Londres, decidiram transferir-se para Birmingham, ameaçando deflagrar a greve geral caso a petição fosse rejeitada, o que ocorreu em julho de 1839. Com poucas adesões, a greve geral não vingou e seguiu-se um período de distúrbios em Birmingham. Lovett e O'Connor acabaram presos e a convenção cartista foi dissolvida em 4 de novembro de 1839.
A segunda petição foi apresentada em 1841, após a libertação dos revolucionários de 1839. O'Connor fundou a Associação Nacional da Carta e, em conflito com Lovett,