Motricidade humana
A incontinência urinária pode ser definida como a perda involuntária de urina. Apesar de não haver números concretos, estima-se que, em termos gerais, pelo menos 3 milhões de pessoas já terão sofrido, em algum momento da sua vida, pequenos derrames urinários. E por que razão isto acontece?
Segundo o Prof. Paulo Dinis, presidente da Associação Portuguesa de Neurourologia e Uroginecologia (APNUG), esta situação deve-se ao enfraquecimento do esfíncter: um mecanismo de contenção da urina. "Quando este músculo de retenção se encontra fragilizado, a pressão abdominal aumentada pode gerar perdas involuntárias de urina, em determinadas circunstâncias: fazer esforços, levantar pesos, tossir, subir escadas, espirrar. Esta é a típica situação de incontinência urinária de esforço."
Existe, ainda, um outro fenómeno de incontinência urinária, que se designa por imperiosidade. Nesta situação, a bexiga (um músculo que alarga, quando está vazia, e encolhe quando está cheia) contrai-se involuntariamente. Um mero estímulo, como molhar as mãos, colocar a chave na porta ou em situações de stresse, pode provocar uma vontade súbita e repentina de urinar, sem que a pessoa tenha tempo de se deslocar à casa de banho.
Um estudo de 2005, realizado pela Spirituc, indica que, em Portugal, cerca de 650 mil pessoas sofrem deste problema, na sua grande maioria mulheres. Contudo, alguns doentes escondem esta preocupação, porque assumem que a incontinência é um problema relacionado com o avanço da idade. E, deste modo, não procuram ajuda clínica. "Calcula-se que apenas 10 a 15% dos doentes estão adequadamente tratados", diz Paulo Dinis.