Motores aeronáuticos
Ao longo de mais de um século de inovações tecnológicas, muitas formas de propulsão aplicadas a aeronaves foram tentadas. Algumas se desenvolveram e ainda são usadas até os dias de hoje. O foco neste trabalho é dar ênfase aos motores alternativos de uso aeronáutico, falando sobre suas aplicações, sistemas de transmissão e componentes, homologação e revisões, além de citar também outros tipos de propulsores sem muito aprofundamento.
As primeiras aeronaves com capacidade de propulsão própria utilizavam motores de automóveis a gasolina normalmente na configuração de cilindros em linha. O projeto desses motores não visava atender as exigências impostas pelo regime de funcionamento em vôo de uma aeronave por diversas questões: a. O motor de aeronave necessita operar em plena carga durante algumas fases do vôo como a decolagem, arremetidas, subidas, mudanças de nível, curvas de alta inclinação e outros. b. O motor deve permanecer em funcionamento durante um tempo consideravelmente maior do que em automóveis com regime de carga em torno de 75-85 % (vôo de cruzeiro) c. A constante variação de altitude impõe necessidade de calibração constante do sistema de alimentação (feita pelo manete de mistura), ocorre uma grande limitação no teto de serviço da aeronave em função disto. d. A necessidade de confiabilidade do motor. Não há acostamento no céu, portanto um motor aeronáutico deve ter a garantia de funcionamento, dentro dos limites impostos pela legislação e pelo fabricante, de um número de horas pré-estabelecido.
Boeing Stearman – Bi-plano com motorização radial Lycoming R-680
Com o fim da primeira guerra mundial, algumas empresas já haviam se consolidado na recém criada indústria aeronáutica e já faziam produção em serie de aeronaves com projeto de motores que atendiam a parte dos requisitos citados acima. Pode-se citar como exemplo o eterno experimental Boeing Stearman, produzido pela Boeing Co. Até meados dos anos 40. Essa