Mortes de atletas
— A impressão que se tem é que, com a rapidez atual dos meios de comunicação, os casos de morte súbita durante a prática esportiva ganharam mais destaque nos últimos anos, mas não necessariamente ficaram mais frequentes — crê o presidente da sociedade, Jomar Souza. — Infelizmente, por mais tecnologia que se tenha, será impossível zerar os casos de morte súbita em atletas. Em alguns casos, a doença que o atleta tinha no coração só se manifesta uma vez, na hora da morte.
Um estudo realizado por médicos de um grupo de trabalho para o Comitê Olímpico Internacional em Lausanne, na Suíça, identificou as características mais comuns dos competidores de alto rendimento — com até 35 anos — que morrem durante a atividade. Metade morreu por causa de doenças cardíacas herdadas geneticamente dos pais. Outros 10%, devido a arterosclerose cardíaca desenvolvida precocemente. Quarenta por cento dos atletas tinham menos de 18 anos, e para cada mulher que morreu, houve outros nove homens, uma proporção ainda menor que o indicado pela sociedade brasileira da especialidade. Foram encontrados casos em quase todos os esportes no levantamento feito com dados registrados entre 1966 e 2004 e publicado pelos médicos suíços no Jornal Europeu de Cardiologia