Morte e Luto
1.Morte:Uma perspectiva
O animal vive sem ter conhecimento da morte: por isso o indivíduo do gênero animal desfruta imediatamente de toda a imutabilidade da espécie, visto que só tem consciência de si como infinito. Entre os homens surgiu, com a razão, por uma conexão necessária, a certeza terrível da morte. Em cada animal, junto com o cuidado inato da conservação está também o medo inato da aniquilação absoluta. O animal assim como o homem é pura vontade de vida. (SCHOPENHAUER, 1818 \ 2007)
Para WALSH & MCGOLDRICK (1998), a partir de uma perspectiva familiar sistêmica, a perda pode ser vista como um processo transacional que envolve o morto e os sobreviventes em um ciclo de vida comum, que reconhece tanto a finalidade da morte como a continuidade da vida, e atingir esse equilíbrio no processo é a tarefa mais difícil que uma família deve enfrentar.
O luto é caracterizado como uma perda de um elo significativo entre uma pessoa e seu objeto, portanto um fenômeno mental natural e constante durante o desenvolvimento humano. A ideia de luto não se limita apenas à morte, mas o enfrentamento das sucessivas perdas reais e simbólicas durante o desenvolvimento humano. Desta forma, pode ser vivenciado por meio de perdas que perpassam pela dimensão física e psíquica, como os elos significativos com aspectos pessoais, profissionais, sociais e familiares do sujeito. (CAVALCANTI, SAMCZUK & BONFIM, 2013)
2. Morte: um breve histórico De acordo com SILVA (2013), no século XIV a “peste negra” determinou graves perturbações econômicas, sociais e psicológicas e caracterizou a catástrofe da morte que atormentava e angustiava a sociedade. A morte era prematura e infligia tormento insuportável, tornando o homem repugnante para si e para o outro. Crianças e adultos morriam e arcavam sozinhas com a peste, já que a defesa tecnológica era insuficiente, os procedimentos médicos inúteis, o controle, ajustamentos