MORTE AO REI
O filme “Morte Ao Rei” à luz de Hobbes
Por: Gills Lopes e Joseildo Lima
O filme “Morte ao Rei” retrata uma Inglaterra em fúria interna, onde é possível identificar alguns ensinamentos deixados pelo filósofo político Thomas Hobbes. Pelo fato de o enredo do filme se passar no mesmo período em que o teórico inglês viveu (por volta de 1645), torna-se cristalina a importância daqueles momentos de conflitos civis e de choques de interesses (sobretudo entre burguesia e mornarquia) que tanto influenciaram Hobbes. Ademais do legado hobbesiano, logicamente, é possível traçar a importância dos personagens principais, Oliver Cromwell e Thomas Fairfax, na condução da história política inglesa. Todavia, este texto versará – breve e diretamente – sobre as mais importantes correlações entre o filme e as teorias hobbesianas.
O Estado de Natureza
O Estado de Natureza de Hobbes consiste num cenário social igualitário em que o indivíduo – livre de valores reguladores – não é regido e/ou ordenado por nenhum governo externo a ele (Leviatã). O período vivido pela Inglaterra do filme “Morte ao rei” não se enquadra neste estado de coisas hobbesiano. Pelo contrário, tal período narrado se enquadra no Estado Civil, ou seja, no contexto do filme, a sociedade tem um contrato firmado com o Estado, na figura do rei a ser deposto. Contrato este que torna a mesma sociedade abdicante de parte de sua liberdade. O fato de essa mesma sociedade tentar romper tal contrato com o reinante não implica dizer que ela deseje parte de sua liberdade de volta ou, então, retornar ao Estado de Natureza.
Portanto, chega-se a conclusão de que a perda de parte da liberdade e retorno ao Estado de Natureza só ocorre momentaneamente quando o rei deixa de cumprir com sua parte no acordo – quebrando assim o princípio do Direito Civil conhecido como pacta sunt servanda: o monarca presta mais “atenção” às suas próprias pessoa e necessidades do que nas dos seus. Logo, o período predominantemente