Mortalidade entre os jovens
Foram estudados óbitos por causas violentas – estando descritas as mortes intencionais: suicídios e homicídios – no município de São Paulo (Brasil), com o objetivo de caracterizar essa mortalidade segundo as reais causas de morte, relacionando-as com variáveis consideradas importantes do ponto de vista epidemiológico. Os resultados evidenciaram um declínio das taxas de mortalidade por suicídio, entre 1960 e 1975, enquanto que, para os homicídios, os coeficientes cresceram de 5,18 a 9,35 por cem mil habitantes. Quanto à distribuição segundo sexo e idade, os coeficientes de mortalidade por suicídio foram crescentes com a idade no sexo masculino, sendo que entre as mulheres houve um pico no grupo etário de 20 a 29 anos. Nos homicídios, os coeficientes do sexo masculino foram maiores que os do feminino, numa relação aproximada de 7:1, em qualquer dos anos analisados. Foram estudados ainda os meios utilizados para a realização desses eventos, sendo que, com relação aos homicídios, a arma de fogo foi sempre o meio preferido: seus coeficientes cresceram 268% do início para o fim do período estudado. O trabalho mostra ainda o comportamento dos suicídios e homicídios segundo dias da semana, meses do ano e hora e local de sua realização.
A importância das mortes violentas, ou mortes não naturais, tem sido amplamente discutida. Trabalho anterior já mostrou que, em São Paulo, o risco de morrer por essas causas cresceu, de 34,21% entre 1960 e 1975, ao ter seus valores alterados de 44,11 para 59,20 por cem mil habitantes. A discussão relativa aos tipos particulares de mortes violentas, enfocadas do ponto de vista epidemiológico, se de um lado pode mostrar alguns aspectos já conhecidos, traz, de outra parte, aspectos novos, a partir dos quais muitas hipóteses podem ser levantadas. Resultados de estudos levados a efeito em outros países têm evidenciado que essas mortes não podem ser consideradas inevitáveis