MORFOSSINTAXE

11938 palavras 48 páginas
MÓDULO I - Noções Básicas: 1a e 2a articulação; Hierarquia Gramatical
NOÇÕES BÁSICAS Antes de iniciarmos nossos estudos de morfossintaxe, precisamos compreender alguns conceitos que servirão de base para eles. Primeiramente, quando falamos em sintaxe, ou melhor, morfossintaxe, questionamos o que seria isso. Não podemos nos esquecer, todavia, de que todo falante recorre a regras que já tem internalizadas e é a partir delas que formula suas frases e expressa-se em língua, em nosso caso, portuguesa. O falante reconhece frases que são consideradas “bem formadas” e rejeita o que não o seria. Como, por exemplo, se alguém disser “nós iniciamos um estudo de língua portuguesa”, esse enunciado será reconhecido como gramaticalmente bem construído, o que não ocorreria, por exemplo, se fosse dito “um nós de língua iniciamos estudo portuguesa”. Então, não podemos negar que existe uma regra internalizada na mente do falante dessa língua, que permite reconhecer o que seja gramaticalmente aceito e o que não o seja. A partir de uma espécie de “arquivo mental”, o falante seleciona e organiza as palavras e formula as frases, as orações, enfim, o texto. Daí a necessidade de entendermos alguns conceitos que elucidam essa organização que o falante elabora da língua que fala e que, muitas vezes, não sabe descrever, visto que essa é tarefa dos estudiosos da língua, como, por exemplo, os estudantes de letras. É isso mesmo, caro aluno: ao inserir-se na área, você começa a desenvolver habilidades para realizar tais investigações. Dessa forma, o primeiro conceito importante para entendermos essas leis que organizam a fala (e a escrita) de uma determinada língua, no nosso caso, a língua portuguesa, é o da dupla articulação da linguagem, proposto por um estudioso chamado Martinet, nas décadas de 1960 e 1970. Segundo esse estudioso, ao descrever a língua, precisamos distinguir as unidades significativas das não significativas, ou seja, reconhecer os dois planos da estrutura

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