Morfologia do complexo de Golgi
O Complexo de Golgi localiza-se normalmente entre o retículo endoplasmático e a membrana plasmática. Entre ele e a membrana, encontram-se os endossomos e os lisossomos. Essa ordenação espacial é essencial para a execução de sua função, que, de forma muito simplista, é fazer transformações químicas em substâncias provenientes do retículo endoplasmático, empacota-las e enviá-las para seu destino, que pode ser a membrana plasmática ou os endossomos. Porém, algumas moléculas podem ser sintetizadas diretamente no complexo de Golgi, sem a intervenção do RE.
Estruturalmente, o complexo de Golgi é formado por uma ou várias unidades chamadas dictiossomos. A morfologia desses é constante, podendo variar apenas em número, localização e tamanho, dependendo do tipo de célula. Nas células excretoras polarizadas, como a mucosa intestinal, por exemplo, existe um só grande dictiossomo, enquanto em outras células, como os neurônios, existem vários pequenos dictiossomos.
Os dictiossomos podem adotar uma forma curva, com a face convexa (face cis, ou também conhecida como face de entrada) voltada para o retículo endoplasmático (essa face só recebe substâncias provenientes dele); e a face côncava (face trans, ou também conhecida como face de saída) voltada para a membrana plasmática. Cada dictiossomo é composto por: uma rede cis, ligada diretamente a uma cisterna cis; uma ou mais cisternas médias, independentes entre si; e uma cisterna trans, ligada diretamente a uma rede trans.
A substância proveniente do RE entra no complexo dentro de uma vesícula que se funde à rede cis. Então, se desloca entre a rede e a cisterna cis por simples continuidade. Já o transporte entre a cisterna cis e a(s) cisterna(s) média(s), e entre essas e a cisterna trans, ocorre por meio de vesículas transportadoras que se desprendem de uma cisterna e se fundem à outra. Finalmente, a substância segue continuamente para a rede trans, por onde é eliminada em vesículas.