Morfologia da bainita
Duas morfologias diferentes de bainita foram observadas em aços de médio teor de carbono e batizadas por Mehl em 1939 como bainita superior e bainita inferior. Aaronson definiu a bainita como um produto não lamelar, formado por um processo de crescimento não cooperativo, resultante da decomposição eutetóide. No caso dos aços, a fase de origem é a austenita e as fases eutetóides são a ferrita e a cementita.
Adicionalmente, observações de nódulos de bainita aproximadamente equiaxiais em liga Ti-Cr e em aços conduziram a conclusão recente que 3tais formas equiaxiais são a morfologia fundamental da bainita, e que estruturas bainiticas tipo widmanstatten formam-se como resultado da influência dominante de uma das fases proeutetóides, por exemplo, placas ou ripas de ferrita proeutetóides.
A morfologia externa da bainita depende do modo como suas fases constituintes nucleiam e crescem. Em outras palavras, a extensão na qual as duas fases produto ferrita e cementita ajudam ou interferem-se entre si determina a forma externa da mistura eutetóide quando avançam na fase mãe.
As morfologias externas da bainita e seus mecanismos de formação referentes às pesquisas de Aaronson e colaboradores são detalhados a seguir:
Bainita Superior
A microestrutura da bainita superior consiste de ripas finas de ferrita, cada uma com espessura da ordem de 0,2 micrômetro e comprimento de 10 micrômetros. As das ripas crescem de forma agrupada formando feixes. Em cada um dos feixes as ripas são paralelas e possui orientação cristalográfica idêntica, elas possuem cristalografia definida. As ripas individuais dos feixes são denominadas sub-unidades da bainita. Normalmente, elas são separadas por contornos com pequena misoorientação ou por partículas de cementita.
A figura abaixo é uma representação da microestrutura da bainita superior, uma micrografia de um aço rico em silício, em que se suprimiu a precipitação da cementita. Ao invés de cementita, têm-se filmes de