Morais, dulcina de (1908 - 1996)
Biografia
Dulcina de Morais (Valença RJ 1908 - Brasília DF 1996). Atriz. Intérprete de marcado estilo próprio, sobretudo no gesto e no rosto, e de temperamento mais propício à comédia, Dulcina atravessa cinco décadas de montagens sucessivas, três delas à frente de sua companhia, tornando-se um "monstro sagrado" do teatro brasileiro. Na década de 50 cria a Fundação Nacional de Teatro, uma das primeiras escolas de formação em teatro no país.
Filha dos atores Conchita e Átila de Morais, Dulcina toma parte em representações da companhia mambembe dos pais ainda bebê. A carreira de atriz começa na década de 20, quando assina seu primeiro contrato, com a Companhia Brasileira de Comédia, de Viriato Corrêa. Aos 17 anos, entra para a empresa teatral de Leopoldo Fróes, a mais importante do início do século. Já no começo de carreira, seu desempenho chama a atenção do público e da imprensa, que o define como uma vocação inata. Ao mesmo tempo em que é elogiada pela sinceridade, pela naturalidade e pelo temperamento vivaz, recebe restrições a seus excessos, sua falta de domínio do rosto e dos gestos, incapazes de comedimento.
Em 1934, funda com o marido, o ator Odilon Azevedo, a companhia Dulcina-Odilon. No mesmo ano, protagoniza Amor, de Oduvaldo Vianna. O autor se encarrega da orientação artística da montagem e promove uma lapidação na interpretação da atriz que a faz, segundo o crítico Mário Nunes, transformar seu nervosismo em expressividade e, dessa forma, atingir "a posição mais alta que no nosso meio uma atriz pode alcançar".1
O sucesso da atriz atinge as camadas mais altas da sociedade e Dulcina faz moda: os vestidos que usa em cena servem como modelo para o público feminino. Ganha medalha do mérito da Associação Brasileira de Críticos Teatrais, ABCT, como melhor atriz do ano de 1939 pelo conjunto de trabalhos.
Em 1945, a montagem de Chuva, de John Colton e Clemence Randolph, tem apoio e subvenção do ministro Capanema para uma