Monografia
1.1. A “CULTURA DO NEOLIBERALISMO”1
A partir do início da década de 1970 acompanhamos mudanças significativas no panorama mundial, criando uma nova realidade. A estabilidade econômica social do Estado de bem estar, que propunha o equilíbrio das forças capital/trabalho através da intervenção do Estado na economia e nas relações sociais, passou a ser questionada. Os países capitalistas desenvolvidos encontravam-se num cenário de deterioração de contas públicas, em grande parte conseqüência dos recentes índices de inflação e baixas taxas de crescimento econômico. O Estado nacional estava “inchado”, não se adaptando as novas regras do capitalismo. Esta nova realidade será denominada por alguns autores de a “A Era da Globalização”
Nesse cenário, as crises do petróleo (1973 e 1979), o crescente endividamento público e o desmoronamento do regime comunista foram o pano de fundo para a retomada de valores liberais, que pregavam a total liberdade para o mercado econômico em contrapartida ao “enxugamento” do aparelho do Estado. De acordo os defensores desta tese, somente mediante a liberdade total do mercado e a retirada do Estado da economia, seriam possíveis a retomada do crescimento e o desenvolvimento econômico.
Com os governos conservadores de Reagan, nos Estados Unidos e de Thacher, na Inglaterra, teve inicio a expansão da hegemonia neoliberal que acompanhamos até os dias atuais, disseminando-se para os países capitalistas periféricos2 a política de valorização do mercado, numa retrospectiva atualizada do liberalismo do século XIX.
As principais características desta nova linha de pensamento são: a supremacia integral das forças do mercado, a retirada do Estado de todo e qualquer tipo de intervenção econômica e a auto-regulação da sociedade pelas regras do mercado. Esta nova face do capitalismo prega a busca da eficiência e a competição de todos contra todos como forma de