Mono
A fé e a religião, excluídas das ciências nos últimos séculos, passam a despertar novamente profundo interesse. A teologia cristã, que fomentou o surgimento das grandes universidades na Idade Média, tornou-se aos poucos direcionada ao contexto eclesial, cedendo, portanto, seu lugar nos centros de estudo e fechando-se em si mesma. O Iluminismo, ao priorizar o estudo do observável e do mensurável, alavancou o desenvolvimento cientifico e neste progresso as ciências se multiplicaram, se dividiram e se distanciaram.
1.1 Conceituação
Neste estudo, o uso de termos conhecidos adquire uma significação especial, pois conforme o título indica, o enfoque é a pessoa que exerce e que carece de cuidados: A poimênica aos cuidadores. Entende-se como cuidadores pastorais aquelas pessoas que exercem seus ministérios em igrejas, comunidades, paróquias, células, grupos caseiros, escolas, seminários e outras situações nas quais esta atuação é reconhecida como tal; portanto, não somente são cuidadores, mas cuidadores e pastorais.
Cuidador , remete à palavra cuidado, e significa “aquele que cuida”. Neste estudo utilizamos o termo cuidador para indicar pessoas que se dedicam a cuidar de outras, mas também o cuidado consigo mesmo, que inclui a saúde e aparência própria. 1.1.1 A filologia do cuidado
Conforme Leonardo Boff, a palavra cuidado tem a mesma raiz da palavra cura. Em sua forma mais antiga, no latim, cura escrevia-se coera e era usada num contexto de relações de amor e amizade . No entanto, lembra o próprio autor, outros pesquisadores consideram-na derivada de cogitare-cogitatus, no latim, cujo sentido é o mesmo de cura: cogitar, penar, colocar atenção, mostrar interesse, revelar uma atitude de desvelo e de preocupação. O cuidado (cogitatu, ou seja, pensado) somente surge quando a existência de alguém tem importância pessoal. Cuidado significa, então, “desvelo, solicitude, diligência, zelo, atenção, bom trato” . O cuidado tem