MONA, EU NÃO SAIO MUITO DE DIA”: DESLOCAMENTOS INTRAURBANOS PELA LÓGICA DOS GÊNEROS TRANS EM FEIRA DE SANTANA-BA.

“MONA, EU NÃO SAIO MUITO DE DIA”: DESLOCAMENTOS INTRAURBANOS
PELA LÓGICA DOS GÊNEROS TRANS EM FEIRA DE SANTANA-BA.

M.Sc. Matte us Fre itas de Olive ira
Mestrando em Geografia/UFBA. Licenciado em Geografia. Pesquisador do CiTePlan/UFBA.
Professor da rede estadual de ensino da Bahia.
E-mail: [e-mail]

Dr. We nde l He nrique
Professor adjunto do Departamento e da Pós-Graduação em Geografia/UFBA. Líder do
CiTePlan/UFBA.
E-mail: [e-mail]

INTRODUÇÃO
Os estudos de gênero relacionados às temáticas espaciais são produções acadêmicas tímidas no
Brasil. Porém, observa-se que os poucos pesquisadores empenhados em desvendar a intima relação entre performatividade de gênero e espaço tem subvertido a tradição das pesquisas em
Geografia, apresentando outras perspectivas de compreender a produção e o uso do espaço geográfico. Esse artigo faz parte do projeto de mestrado, em sua fase final, cujo título é
“Princesas do Sertão: entre o espelho e as ruas de Feira de Santana-Ba”, do programa de pós-graduação em Geografia da UFBA, cujo objetivo central é compreende os usos territoriais a partir da performatividade de gênero entre transexuais, transformistas e travestis. Apesar de estarem inclusos na categoria homossexual, as práticas identitárias do grupo focal implicam na desconstrução dessa homogeneidade. Para tanto, utilizamos do aporte teórico Queer para subverter as generalizações que ocultam as pluralidades dos gêneros e seus produtos espaciais.
Nesse sentido, realizamos entrevistadas semi-estruturadas com 15 Trans que narraram suas histórias de gênero iniciados numa suposta masculinidade que ao se desdobrar nas vivências foram sendo reconstruídas à luz do feminino. Percebemos que existem restrições de deslocamentos e apropriação do espaço urbano em detrimento do gênero. Na análise entre as
Trans desse estudo ficou claro que além de relações mercadológicas estamos submetidos a um espaço que se produz e se reproduz à luz da