MOMENTO DA LOUCURA
Os quatro momentos do embate
1º Momento
1. A Nau dos loucos
Desde os tempos mais remotos, o homem dito normal teme a loucura e a mais antiga interpretação popular q deu a ela foi mágico-mística, pois pensava q o louco era possuído pelo diabo. A mais antiga doença mental levou o nome de epilepsia (epi, o que está em cima; lepsis, abater), pois pensavam q o diabo vinha de cima e abatia o indivíduo.
No Direito Romano antigo, para designar o endemoniado, os termos usados foram: furioso (furiosus, que tem o espírito em fúria e as paixões sem freios) e mentecapto(menti e captus, mente aprisionada).
Contra os possuídos pelo diabo o homem, para alheá-los, praticou as mais atrozes condutas, desde escorraçá-los para fora dos muros da cidade, condenando-os à vida errante, até cofiá-los a barqueiros que os transportavam em suas naus para desembarcá-los em alguma terra distante, as chamadas Naus dos Loucos. Esse primeiro momento vai até meados do século XVI e até esta data os mares eram atravessados por essas embarcações.
A loucura não era para o homem do passado uma doença médica como outra qualquer, embora HIPÓCRATES (460-377 a.C) tenha reconhecido a existência de processos orgânicos na gênese da loucura. Apesar de alguns médicos, durante a história da humanidade, tivessem uma visão organicista, a doutrina mística que imputava ao demônio a origem da loucura prevalecia. Praticamente toda a idade Média ficou mergulhada nessa escuridão mágico-mística, salvo raras exceções de alguns homens de luzes, cujas vozes, entretanto, à época, fizeram pouco eco. (Até cerca de 1500 anos da era cristã).
À medida que o tempo ia passando, as idéias racionais se desenvolviam, tomando o lugar do misticismo. Esse movimento, pois fim ao primeiro momento do embate normalidade X loucura.
Johann Weyer (1515-1588), médico holandês, é o marco divisório desse momento. Através de pesquisas que demoraram anos, publicou em 1563,o primeiro trabalho