Moluscos como pragas agrícolas
Tradicionalmente, a literatura especializada disponível registra, assinala e contabiliza para o território do Brasil em torno de 24 espécies básicas de moluscos, específicos das classes taxonômicas GASTROPODA (na sua maioria) e BIVALVIA, ocorrendo na condição de pragas de natureza diversa.
Notará o leitor, atento aos conteúdos desenvolvidos nesta contribuição, que destas 24 formas malacológicas especificamente referidas (... deixando de lado certas famílias BIVALVIA marinhas e de água doce ou límnicas - lóticas e/ou lenticas - igualmente consideradas e referidas mais adiante), apenas nove (9) formas GASTROPODA correspondem a espécies nativas do Brasil e América do Sul em geral, situação esta que nos remete de imediato, invariavelmente, ao paralelo e não menos preocupante conceito de “Espécie Invasora”:
“... toda forma biótica introduzida por ação humana numa determinada região ou localidade onde antes não ocorria naturalmente, estabelecendo uma população reprodutora espontânea, sem a intervenção humana, e tornando-se uma praga nessa nova localização, ameaçando a biodiversidade local e causando muito prejuízo, tanto econômico como ambiental”.
Um bom exemplo, que na prática verifica plenamente o conceito antes apresentado, a nível regional do Estado de Santa Catarina - SC quanto à “proliferação em vida livre” do caracol exótico gigante africano Achatina fulica (Bowdich, 1822), mesma que vem sendo acompanhada e sistematicamente monitorada por nós nestes últimos anos:
Intencionalmente introduzido em SC entre os anos de 1998 e 2000, via São Paulo - SP, para fins comerciais de Malacocultivo Continental (criação racional de “escargots” para consumo humano), no curto período de apenas seis (6) anos a espécie conseguiu se instalar no meio ambiente e disseminar ao longo da região litorânea (continental e insular) e locais imediatamente adjacentes do Estado (Fig. 1), basicamente em áreas com presença de forte atividade