Modernização “acaipirada”
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Modernização “acaipirada”RAFAEL CLARO DANIEL1
Resumo
O presente artigo tem por objetivo trazer uma nova reflexão sobre quais foram as principais conseqüências de uma urbanização e um violento processo de expulsão do homem do campo, especificamente o caipira. Buscaremos por meio deste, demonstrar as diferentes formas pela qual se deram esses processos de modernização do camponês, buscando entender suas aceitações e rejeições dos novos padrões de existência e consumo impostos e propostos pelas cidades para assim compreender de que forma essa ruralidade se dá nos dias de hoje no meio rural e urbano. Diante disso, pretendemos destacar como a preservação dos traços rústicos e simples da cultura caipira foram capazes de criar uma resistência à modernidade e aos novos problemas que ela impunha, assim como sua própria apropriação dessa cultura para os interesses de consumo e do mercado.
Em seguida, buscarei refletir sobre as novas contradições e categorias que a complexidade do mundo globalizado cria, questões essas que devem de alguma forma ser compreendidas pela antropologia hoje, de forma que coloquemos em julgo os antigos conceitos e criemos novas categorias de análises que dêem conta de refletir sobre os problemas atuais.
Palavras-chave: Globalização; Cultura Caipira; Ruralidade; Modernização.
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Aluno de graduação do curso de Ciências Sociais da Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara Unesp
Introdução: A origem do caipira e o impacto industrial e urbano na vida rústica do campo. Durante os três primeiros séculos da colônia portuguesa, ocorreu na região, representada pelo que foi chamado de paulistânia, a qual envolvia o que são hoje os estados de São Paulo e boa parte de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Paraná, um intenso processo de miscigenação entre índios e portugueses bandeirantes, os quais dariam origem aqueles mamelucos que representariam o que ficou conhecido entre nós como cultura caipira. Entretanto,