Modernismo e Modernidade
O primeiro capítulo, escrito por Nigel Blake e Francis Frascina, estabelece a relação necessária entre arte e vida moderna. Nessa perspectiva, os autores utilizam mapas de Paris e seus subúrbios para demonstrar que as profundas modificações sociais do período refletiram enormemente nas artes plásticas. A vida urbana vive durante o século XIX aquilo que os autores chamam de "o espetáculo da modernização", do qual são testemunhas não apenas a arte de Manet, Monet e outros mestres da pintura, mas também a poesia de Baudelaire, destilada nos cafés voltados para a rua que os parisienses estavam descobrindo. É esse o contexto em que Blake e Frascina fazem sua análise; para eles, as práticas artísticas não podem ser dissociadas das práticas sociais. Charles Harrison, autor do segundo capítulo, analisa o caráter propriamente estético das obras impressionistas e modernistas, recusando-se a entendê-las sob o prisma único da contextualização social e cultural. Para tanto, ele faz uma análise formal das obras de Cézanne, Monet, Degas, Camille Pissarro, Renoir e muitos outros nomes da pintura francesa do XIX.