Modernidade
Querendo retirar a discussão sobre ética e moral do campo filosófico, de modo a compreender os fenômenos morais do ponto de vista social, desvinculando os resultados advindos dessa compreensão de qualquer formulação com caráter normativo, Durkheim, já pode, por isso, ser tomado como um sintoma da modernidade, ao mesmo tempo em que constrói uma teoria sobre ela.
Contrapondo-se às visões que entendiam a modernidade como uma época de completa incerteza quanto às possibilidades de vigência da solidariedade entre os homens, Durkheim estuda esse fenômeno moral em sua tese de doutoramento,
A divisão do trabalho social. Nela, ele contrapõe à sociedade tradicional o que entende ser a sociedade moderna. Na primeira, a “consciência coletiva” – as crenças, sentimentos etc., partilhados por todos os membros da coletividade – é forte, unitária e homogeneizadora. Consequentemente, nesse tipo de sociedade os homens pouco se diferenciam entre si, e a coesão social é fundada no que ele denomina de “solidariedade mecânica”.[2]