A modernidade no Brasil e os princípios democráticos se processaram apoiados em bases patriarcais e conservadoras, comprometendo a prática dos movimentos sociais formadas no cenário sociopolítico brasileiro. Desta forma, a ideologia liberal que respalda a concepção da democracia moderna não se efetivou na sociedade brasileira em virtude da prevalência dos direitos como privilégio ao longo de várias décadas.A redemocratização da sociedade permitiu que novos elementos ocupassem o cenário sociopolítico brasileiro no sentido da ampliação e da garantia dos direitos, embora tenham sido adequados às características socioculturais anteriormente instituídas na vida social.No entanto, a garantia de direitos e o exercício de cidadania se vinculam ao processo de participação popular, bem como à validação dos princípios democráticos. Associa-se a isso a necessidade de a prática dos movimentos sociais se configurarem como ações políticas.Movimentos e lideranças sociais buscam formas para estreitar e intensificar o diálogo com o poder público com o intuito de acompanhar a forma democrática de governar.Cabe ressaltar que o exercício dessa ação política permite a formação e o fortalecimento de sujeitos sociais, ou seja, de cidadãos-sujeitos que se preparam e se apropriam de um conjunto de conhecimentos, de discurso técnico e reforçam o processo e a realização da participação popular, ao mesmo tempo que esbarram constantemente no movimento contraditório das bases constituintes da sociedade brasileira.Enfim, as concepções e os argumentos trabalhados neste artigo reforçam a necessidade da inversão de direção no processo de consolidação e efetivação dos princípios democráticos na sociedade brasileira a fim de constituir e afirmar os espaços públicos de participação popular, bem como o direcionamento da sociedade brasileira na perspectiva do bem comum.