Modernidade Liquida resenha
A situação dos líquidos, para Bauman seria a que mais se encaixaria ao que se vive hoje. O fato de os líquidos estarem sempre prontos para mudar a sua forma, faz com que o tempo lhes seja essencial. Portanto, qualquer descrição que se faça deles é meramente temporária. A mobilidade que lhes é tão característica faz com que eles passem a idéia de “leveza”. Quanto maior a facilidade em se mover, mais rápido se dará o movimento. A leveza é frequentemente associada à mobilidade e inconstância. A situação que caracteriza a presente fase é muito semelhante a essa condição dos líquidos. A modernidade já nasceu “derretendo os sólidos”. Tudo o que apresentasse uma tendência a permanecer constante à medida que o tempo passasse, deveria ser destruído. Todas as tradições deveriam ser “liquefeitas”. Todos os sólidos deveriam ser destruídos para dar lugar a novos sólidos, mais aperfeiçoados. Sólidos que possuíssem uma solidez mais confiável e desse modo pudessem ser mais duradouros, faziam-se necessários.
Todas as obrigações “irrelevantes” deveriam deixar de existir: as empresas deveriam se libertar dos deveres para com a família e das obrigações éticas; só deveria permanecer nas empresas o que tivesse fins materiais. As relações sociais ficavam desprotegidas e o papel da economia ganhava destaque. Ela ia se libertando progressivamente de obstáculos éticos, políticos e culturais. Desse modo, construía-se uma nova ordem, a qual era definida principalmente pela economia e que por ter se libertado de todos esses entraves, deveria ser uma ordem mais “sólida”. “Não que a ordem econômica, uma vez instalada, tivesse colonizado, reeducado e convertido a seus fins o restante da vida social; essa ordem