Verificou-se que com o desenvolvimento do Modelo Social Europeu, os cidadãos dos diversos países, eram relativamente parecidos uns com os outros. Igualmente verdade em muitos países Ocidentais é a existência desde sempre de grupos minoritários. No entanto, em cada um dos diversos países, a vasta maioria apresentava semelhanças relevantes. Nas nações-estado, tidas como homogéneas, eram poucas as excepções. Muitos desses indivíduos oriundos de um mesmo país, falavam a mesma língua, viam os mesmos canais televisivos, frequentavam escolas similares, prestavam o serviço militar obrigatório, pertenciam ao mesmo credo religioso, passavam férias nos mesmos locais, pertenciam a organizações similares, os seus hábitos alimentares eram idênticos e trabalhavam o mesmo número de horas laborais. Numa só palavra, os cidadãos eram um grupo homogéneo, que partilhava de uma imagem do mundo comum, com as mesmas experiências de vida, as mesmas origens, os mesmos hábitos e os mesmos desejos e anseios. Assim, o “demos” termo que designa “povo” no Grego era uniforme. O poder público, em todos os Estados democráticos, está dependente do apoio dado pelo povo aos políticos e da estruturação dos próprios sistemas públicos. Em todos os estados democráticos, debate-se se é legítimo que seja a maioria a governar, e em que medida é que um indivíduo deve ser protegido em termos constitucionais. Nos estados homogéneos, os limites impostos às maiorias são tendencialmente fracas; a oposição às soluções colectivas apresentadas pela maioria não é o suficientemente forte. Mas quando nos deparamos com sociedades heterogéneas, com diferentes tipos de minorias, o poder da maioria é habitualmente mais restrita. Os desejos e anseios dos indivíduos são demasiadamente diferentes para serem resolvidos de uma forma colectiva.
O Estado, com as suas inúmeras soluções colectivas, tem uma maior dificuldade em sobreviver numa sociedade heterogénea. Nos dias que decorrem, “o demos” apresenta-se diferente, isto é,