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O Trabalho no Século XXI
Mudanças, impactos e perspectivas
GT 13 - Trabalho imaterial e suas configurações na “nova economia”
Intel e OpenCores: formas de trabalho e geração de valor em hardware proprietário e livre
Stefano Schiavetto Amancio
Mestrando em Sociologia
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH)
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
Resumo
Este artigo é composto por um recorte dos resultados parciais de uma pesquisa de mestrado que investiga a organização do trabalho, os investimentos de capital e as formas de geração de valor em duas organizações contemporâneas que produzem microprocessadores: a empresa Intel e a comunidade OpenCores. Sobre a Intel, são enfocadas as características de uma empresa que privatiza a tecnicidade de seus microprocessadores via licenças proprietárias e gera valor por meio de exclusivismo comercial. Sobre a OpenCores, são enfocadas as características de uma comunidade que torna disponível a tecnicidade de seus microprocessadores via licenças públicas e gera valor por meio de prestação de serviços de montagem e manutenção. Neste artigo, abordar-se um recorte empírico de novas formas de trabalho e geração de valor a partir de tecnologias emergidas após a década de 1970 – em especial: os microprocessadores.
Introdução
André Gorz, em Adeus ao Proletariado (1982), ao ter observado as mudanças no setor produtivo na década de 1970, tem como uma de suas preocupações a relação entre a inserção de novas maquinarias e a geração de desemprego a partir do fim do trabalho.
Em breves palavras, Gorz compreende que o trabalho inaugurado no capitalismo industrial mostrou-se, desde o início, numa crescente minimização do emprego de operários dado a constante evolução da automação das maquinarias. Na década de 1970, a Revolução Microeletrônica representa o ápice da contradição entre automação e trabalho porque “inaugura a era da abolição do