modelo biomédico
A influência do paradigma cartesiano sobre o pensamento médico resultou no chamado modelo biomédico[1], que constitui o alicerce conceitual da moderna medicina científica. O corpo humano é considerado uma máquina que pode ser analisada em termos de suas peças; a doença é vista como um mau funcionamento dos mecanismos biológicos, que são estudados do ponto de vista da biologia celular e molecular; o papel dos médicos é intervir, física ou quimicamente, para consertar o defeito no funcionamento de um específico mecanismo enguiçado. Três séculos depois de Descartes, a medicina ainda se baseia, como escreveu George Engel, “nas noções do corpo como uma máquina, da doença como conseqüência de uma avaria na máquina, e da tarefa do médico como conserto dessa máquina” .
O modelo biomédico surgiu embasado na teoria mecanicista do universo, proposta por pensadores como Galileu, Descartes e Newton e segue o modelo de ciência positiva no século XIX. caracterizado pela explicação unicausal da doença, pelo biologicismo, fragmentação, mecanicismo, nosocentrismo, recuperação e reabilitação, tecnicismo, especialização (Cutolo, 2006 pág.16).
A visão mecanicista do mundo, tendo sido acompanhada pelo médicos e fisiologistas mais célebres da época, fez com que, de facto, o corpo humano
Vendo o homem como uma máquina, tendo o conceito de saúde de que é ausência de doença e tendendo-se para a especialização e fragmentação, perde-se a visão holística do homem, em suas dimensões psicológicas e sociais, É a doença e sua cura, o diagnóstico individual e o tratamento, o processo fisiopatológico que ganham espaço (Cutolo, 2006). fosse conceptualizado como um grande engenho cujas peças se encaixam ordenadamente e segundo um processo racional.
Não se preocupa nem com o contexto social, nem emocional em que estas condições podem ocorrer.
Os princípios metateóricos do modelo biomédico atual baseiam-se na orientação científica do século XVII, consistindo numa visão