Modelo biomedico
O presente estudo objetiva analisar o processo de humanização da relação médico-paciente; analisar aspectos que demonstrem o caráter hegemônico sob o qual está centrada a saúde e levantar teorias e métodos de humanização no atendimento médico. Trata-se de uma revisão da literatura com incursões feitas no âmbito das ciências humanas, principalmente, na antropologia e na filosofia.
Os questionamentos a ser desenvolvidos possibilitam deflagrar uma postura crítica/reflexiva acerca do modelo biomédico hegemônico, sob o qual está centrada a prática médica. Esta tem levado o exercício profissional em saúde a ter como único escopo a doença, desvinculado de qualquer sentimento e empatia com a pessoa. O presente estudo faz-se necessário frente a uma formação médico-universitária deficitária e a uma prática profissional incapaz de lidar com as diferenças culturais, crenças e valores na esfera da assistência aos usuários dos serviços de saúde.
O médico, na sua prática ou na sua relação com o doente, estaria desconsiderando o diálogo, uma vez que esta é a melhor forma de adquirir uma inteira compreensão do estado de saúde do paciente. O que o coloca, portanto, numa posição de superioridade ou de distância do contato com o paciente. Portanto o dialogicidade se impõe no encontro dos indivíduos, intermediados pelo mundo, para transformá-lo, não se exaurindo, por conseguinte, na convivência eu-tu. Se a palavra surge então como prática modificadora da realidade, os indivíduos a transformam, a atitude dialógica se mostra como via através da qual o ser humano ganha sentido enquanto ser humano. Segundo filósofo freire ele aduz que o indivíduo não pode refletir só; não pode raciocinar sem a co-participação de outros indivíduos na atitude de refletir acerca do objeto. Não existe um "penso", mas um "pensamos". Por conseguinte, o ato comunicacional resulta numa interação que não pode ser dissolvida.
corrobora