Modelagem da gestão de estoques de peças de reposição através de cadeias de Markov
Antonio Vinicius Pimpão Gomes
Peter Wanke
Resumo
Nessa pesquisa é apresentada uma abordagem para gestão de estoques de peças de reposição com base em cadeias de Markov. É feita uma comparação com a s imulação convencional, a fim de validar esta abordagem, bem como é apresentada uma heurística para determinação dos parâmetros da política (S, s) de gestão de estoques, dado um conjunto de itens de custo (falta, excesso e ressuprimento) e de demanda com distribuição Poisson. A análise dos gráficos desses itens de custo em função dos parâmetros da política (S, s) fornece os trade-offs básicos para a formulação da heurística.
Palavras-chave: Peças de reposição. Gestão de estoques. Cadeias de Markov.
1 Introdução
Uma típica empresa fabricante de bens de consumo tende a manter entre US$ 5 a 15 milhões de dólares imobilizados em peças de reposição, a um custo de oportunidade anual que oscila entre 20 a 40% do valor em estoque (SANDVIG; ALLAIRE, 1998). De modo geral, há um consenso de que os estoques de peças de reposição não podem ser gerenciados pelos modelos ou métodos tradicionais, já que as condições para sua aplicação não são satisfeitas. Isso porque o padrão de consumo é esporádico, ou seja, é irregular e pequeno, os tempos de resposta do ressuprimento são longos e os custos de aquisição são elevados (BOTTER; FORTUIN, 2000). Mesmo assim, as perguntas básicas da gestão de estoques ainda devem ser respondidas, são elas: ‘quais itens devem ser estocados’ e ‘quanto de cada item deve ser mantido em estoque’. A gestão das peças de reposição também pode ser entendida pelo aspecto do serviço ao cliente, e não apenas pelo aspecto financeiro e/ou de operações. Para muitas empresas que enfrentam um ambiente competitivo mais acirrado, a satisfação dos clientes é crucial
( IGUEIREDO et al., 2003). Um meio bastante comum
F
de manter os clientes satisfeitos