Moda
Uma loja de departamento ou grande armazém é um tipo de comércio que apresenta nos seus locais de venda uma larga variedade de produtos de grande consumo, tais como vestuário,calçados, mobiliário, decoração, produtos eletrônicos, cosméticos, brinquedos, etc. O grande número de produtos disponíveis exige normalmente edifícios de certa dimensão, de forma a organizar as vendas por andares (PAIS, OLIVEIRA, GÓIS, CABRITO, p.148, 2003). O aparecimento dos grandes magazines como um novo lugar de sociabilidade e, de outro, esse lugar como parte da construção da própria identidade do consumidor moderno. A articulação entre esses fenômenos, iniciada na Europa oitocentista, indica uma intensa relação entre o consumo, suas representações e práticas, e a experiência da diversão, do entretenimento e da sociabilidade. Algo substancial de nosso imaginário tem por base a história de antigas gerações que fizeram parte da “grande transformação” (POLANYI, 1980) que as levou à reinvenção das identidades, mudando e ajustando perspectivas estéticas do passado coletivo à nova ordem dos fluxos culturais, políticos e econômicos que surgiam na modernidade. Assim, um bom ponto de referência para pensar o consumo contemporâneo é explorar aspectos da formação de uma rede de significados fundamentais nesse imaginário: o surgimento da loja de departamentos; o início da imbricação discursiva entre consumo, entretenimento, comunicação, arte e poder; e os movimentos de emancipação da mulher européia através da identidade de consumidora. No centro disso, está uma nova forma de comércio e um novo conceito de loja que se inaugura naquele momento.³ No consumo contemporâneo temos, de um lado, as marcas, os anúncios, as grifes e as indefectíveis celebridades a elas associadas e, do outro, a loja – esse espaço tangível, concreto, local de acontecimento de trocas e de recepção de fluxos de sentido. As lojas são centros de distribuição midiática. Elas, com