Moda & arte: a moda pode ser considerada uma expressão artística?
“A moda conseguiu estabelecer uma ponte entre a beleza e a vida. A moda é uma arte que se usa, que se leva para a rua; é uma arte de consumo a que todos têm acesso.”
Manuel Fontán de Junco
Quando se fala de arte e moda, é difícil pensar na existência de uma coisa sem a outra, pois a todo o momento a moda se confunde não só como manifestação social, mas também como representação daquilo que sentimos ou somos. Por isso, buscamos uma definição para uma coisa e outra, e alguns aspectos da própria criação, para entender a relação, ou não, entre uma coisa e outra. A arte é um fenômeno cultural, e podemos defini-la como uma forma do ser humano expressar suas emoções, sua cultura e sua história através de valores estéticos de várias formas, como a pintura, a fotografia, a dança, o cinema, a música, a arquitetura, a escultura; como uma atividade que supõe a criação de sensações ou de sentimentos, dando um significado único para cada obra. Segundo Charles S. Pierce, a arte possui a função transcendente, ou seja, manchas de tinta sobre uma tela ou palavras escritas sobre um papel simbolizam estados de consciência humana, abrangendo percepção, emoção e razão. A moda pode ser definida como uma adesão a coletividade; a tendência de consumo da atualidade, caminha conosco pelas ruas, vê e é vista pelas massas, e difunde agilmente uma idéia; é também um sistema que acompanha o vestuário e o tempo, que integra o simples uso cotidiano da roupa a um contexto maior, político, social e sociológico Para Lipovetsky (O Império do Efêmero) a explicação de moda, como sendo uma expressão da rivalidade de classes, não é atualmente satisfatória, e então, para tirar a moda dessa explicação simplista, realizou a construção de uma história da moda conceitual, que leva em conta não a “história